Crise da Manteiga: falta Croissant na França

O maior consumidor de manteiga do mundo, a França, passa por uma grande crise do setor. O resultado? Não só falta manteiga nas prateleiras do supermercado, como também para a produção de alguns dos seus produtos mais iconicos, como o croissant que sofre um aumento de preço de até 180%. É o pior desabastecimento de manteiga desde a 2ª Guerra.

Parece até piada, mas a crise mostra um contraste entre tendências mundiais e hábitos alimentares. Mas se para a gente que passa por vezes no pão manteiga, por vezes requeijão, e cozinha com outras gorduras, seria o equivalente a faltar arroz e feijão no supermercado porque a exportação está tendo prevalência na demanda.

Parte dos problemas começaram em 2015, quando a União Europeia aboliu seu sistema de cotas de leite. O sistema garantia que membros mais fortes não produzam em excesso, não só prejudicando os mais fracos, como desestabilizando o mercado. Com a queda das cotas, o mercado interno recebeu uma produção maior do que conseguia consumir, gerando uma forte queda nos preços. Isto, a volta ao consumo de gorduras naturais no mundo todo, fez com que fosse mais interessante exportar o produto do que manter no mercado nacional francês. Países com pequena produção local de laticínios, como a China, tornou-se grande consumidor das manteigas francesas.

O croissant, pão que hoje é ícone da gastronomia francesa, foi um dos que mais sofreu, já que seu peso é quase metade derivado do ingrediente. O interessante é que o mundo gastronômico realmente da voltas, porque a origem da receita, na verdade não é francesa, mas sim vienense. O croissant foi levado à França nos meados de 1770 Maria Antonieta, originária de Viena, virou rainha da corte francesa.

 

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