Mel de Abelha Nativa

Mel é primeiro adoçante natural usado pelo homem, sendo parte intrínseca da cultura alimentar de quase o mundo todo. Mas pouca gente conhece as variedades que temos desse ingrediente que tanto usamos. Mais do que isso, pouco sabemos que o mel das nossas abelhas nativas tem um sabor único, combiçado pela gastronomia, mas desprezado pelo consumo. (Se você quiser saber onde comprar, temos aqui!).

Há duas grandes famílias de abelha. A primeira é a Apis, aquela abelha amarela com listras pretas que conhecemos bem, e que está no nosso imaginário quando pensamos em abelhas. Elas são popularmente conhecidas como abelhas européias ou africanizada, e produzem o mel que consumimos geralmente.

A segunda família é das meliponíneos, que são as abelhas sem ferrão nativas da América do Sul (e parte da África e Oceania). Elas produzem um mel muito diferente do que conhecemos. Ele tem muito mais humidade e menos açúcar, tendo um sabor mais delicado que encantou a gastronomia — o chef Alex Atala, por exemplo só trabalha com mel de abelha nativa. Mas se ele é tão delicioso, porque não o conhecemos.

Na verdade até pouco tempo a indústria não tinha nenhum interesse no mel de abelha nativa, por um simples motivo: a produtividade. As apis conseguem produzir cerca de 40kg de mel ao ano, enquanto as nativas produzem apenas 300mL ao ano! Por isso mesmo seu mel acaba sendo mais caro, e difícil do consumidor final se interessar.

Por essa relação as abelhas nativas, apesar de serem quase 300 espécies delas só no Brasil, estão quase se extinguindo. Isso porque a falta no consumo, gera uma falta de produção e não há pouco interesse na criação deste inseto. Além disso, o uso excessivo de agrotóxicos e defensivos químicos vem matando os insetos. E isso é preocupante por quê? Simplesmente porque 2/3 dos alimentos que consumimos é polinizado pelas abelhas. Ou seja, sem abelhas, sem alimentos! Mas isso é assunto para um próximo artigo.

Se você quiser provar o mel de abelha nativa, uma marca que trabalha com eles é a Mbee. Prove e nos diga o que achou!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *