Dia da Cachaça

Ontem, dia 13 de Setembro, comemoramos o dia da cachaça. A data, diferente de muitas do tipo que tem uma motivação puramente comercial, na verdade, relembra um importante momento do nosso Brasil colonial (conheça nossa seleção de cachaças artesanais).

A cachaça é uma bebida brasileiríssima, que teve sua origem no engenhos de cana, durante o auge da nossa produção açucareira. Inventada, ninguém sabe bem como (possivelmente por acidente) pelos escravos como um modo de lazer e distração, a bebida chegou até a Casa Grande. Em pouco tempo nasciam alambiques para venda da aguardente. Mas tudo isso não aconteceu sem antes causar alarde. Preocupados com o sucesso da bebida, em parte por distrair os escravos de suas funções, mas principalmente por competir com produções oficiais, os portugueses no dia 13 de setembro de 1649 através de uma Carta Real proibiram a fabricação e a venda da cachaça em todo o território brasileiro.

Por alguns anos a proibição oficial seguiu, mas na mesma data no ano de 1661, os proprietários de cana-de-açúcar e alambiques iniciam a Revolta da Cachaça, um dos primeiros movimentos de insurreição nacional. Assim a cachaça visou um símbolo nacionalista e de resistência contra a dominação portuguesa.

Como é feita a cachaça artesanal?

A cachaça é um destilado, mas que passa por uma etapa de fermentação para ganhar sua graduação alcoólica. Esta é a primeira etapa: na fermentação as leveduras convertem o açúcar da caldo de cana em álcool. Esta garapa fermentada é apelidada de vinho, que por sua vez é aquecido em alambiques. O álcool a altas temperaturas evapora, segue por uma serpentina, onde sofre a condensação. Toda esta etapa é a delação.

A primeira parte (cerca de 10%) do líquido que sai é chamada de “cachaça de cabeça”, e deve ser descartada, pois são tóxicas. Os últimos 10% da produção também acabam sendo descartados, pois tem baixo teor de álcool. Passada a destilação, a cachaça, então, pode ser engarrafada imediatamente ou ser posta para envelhecer em barris.

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